The Traitors - Capítulo catorze

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Capítulo catorze – O ateliê. 
“Ele foi feito especialmente pra você.” 

Samantha P.O.V's 
– Porra, eles estão demorando, não vão vir. Não sei porque esperamos, aliás. – Niall disse, nervoso 
– Eles vão aparecer, só estão fazendo um pouco de charme. – Respondi, também não tinha tanta certeza se eles iriam ajudar ou não, mas havia um pingo de esperança em meu peito. 
– Espero que venham em cinco minutos se não nós vamos ter que ir. – Ele disse, bufando. 
– Minha nossa senhora do exercício! – eu e Niall nos assustamos, Beck e Zayn entraram no carro tão rápido e ofegantes que nos deixou desconcertados. 
– O que tá esperando loirinho? Arranca logo com esse carro. 

Niall seguiu a recomendação de Zayn e ligou o carro, dando logo a partida. Agora os dois riam feito malucos e eu e Niall continuávamos nos perguntando o porquê de tudo aquilo. 
– O que vocês aprontaram? – Niall perguntou, os olhando pelo retrovisor. 
– Eu tinha detenção hoje e a senhora Field estava atrás da gente, mas o que a gente não faz por um amigo... – Zayn disse, encarando Niall. 
– Você sabe que se ela não te pegou hoje ela te pega amanhã. Né? – Eu disse, segurando a risada, ele era louco. 
– Eu sei, mas só se ela for mais esperta que eu. 
– Ela só se faz de boba, mas de boba não tem nada! – Niall disse virando uma esquina, rumo a saída da cidade. 
– Pra onde vamos? – Beck perguntou com tom super curioso. 
– Temos que viajar alguns quilômetros, já tinha dito isso. 
– Não me recordo. – Ela continuou – Aliás, estou morta de fome. 
  
– Tem uma sacola aí atrás cheia de coisas, pode comer. 
– Obrigada, você é minha heroína. 

Percebi que a viagem ia ser longa quando Niall ligou o rádio e Beck começou a cantar a música, logo sendo seguida pelos meninos. Me senti uma chata nesse momento, mas não tinha como ficar feliz, sabendo que eu estava indo descobrir que presente caro meu pai deu pra sua amante... linda, magra e loira. Revirei os olhos enquanto pensava e olhava para a janela, já tínhamos saído da cidade a agora todos comentavam sobre séries sem parar, eu queria participar do assunto, mas não tinha forças pra abrir minha boca. Estava fraca na fé, fraca em palavras e ultimamente me considerava um monstro por estar espionando meu pai dessa maneira. Havia perdido toda a admiração que sentia por ele e isso estava sendo muito difícil pra mim, mesmo que não demonstrasse tanto. 

*** 
Abri os olhos enquanto Niall me cutucava e falava repetidamente a frase "Estamos chegando" e aquilo me deixou irritada. Se Niall Horan quiser ter um relacionamento comigo definitivamente essa não era a forma certa de me acordar. 
– Essa cidade me parece meio careta, já que tem um estilista de luxo aqui, pensei que seria melhorzinha. 
– Eu acho que alguém está prestes a ter uma overdose de tanto comer doce. – Zayn disse e ouvi um barulho de embalagem, provavelmente tomou algo das mãos dela, já que ela também falava de boca cheia, 
– Eu como bastante, mas tenho que admitir que você me ganhou, Beck. – Niall disse soltando um riso abafado. 

"Beck?" pensei, desde quando eles viraram amigos íntimos? Eu definitivamente não estava bem, sentir ciúmes da minha melhor amiga com o meu quase namorado era uma coisa que não tinha nada a ver. 
– Me desculpa, é que sempre gostei desses doces importados que os pais da Sam compram, impossível comer só um. 
– Mas também não precisava comer tudo o que eu trouxe né. – Eu disse. 
– Credo, que grosseria. – Ela rebateu e Niall parou o carro. 
– Chegamos e estamos dentro do horário. Vinte minutos antes da hora que você marcou. – Niall disse me olhando orgulhoso de si mesmo. 
– Hmm, marcou até horário,  vendo que os únicos iniciantes aqui somos eu e Zayn. 
– Não sou iniciante, eu espiava a vizinha quando era mais novo. – Zayn disse, ganhando um soco no braço e nos fazendo rir. 
– Vamos começar então, nos esperem aqui, não importa se ficarem mortos de fome ou tão apertados que parece que suas bexigas vão explodir. Não saiam daqui. 
– Tá, tá bom. – Niall disse sem dar muita importância. 

Talvez eu e Beck teríamos que roubar algo, então nosso piloto de fuga teria que estar nos esperando no mesmo lugar, caso sejamos pegas. Nós duas caminhamos plenas até a entrada no ateliê e parecia ser mais um shopping de tão grande. Com toda certeza esse estilista era dos bons. Entramos e logo uma recepcionista veio ao nosso encontro. 
– Boa tarde meninas! O que desejam? 
– Temos hora marcada. – Eu simplesmente disse e Beck me deu uma cotovelada ao perceber a cara que a recepcionista fez. Talvez não era um dia bom pra eu estar aqui. 
– Boa tarde... Linda. – Beck disse, olhando no crachá da moça – Temos uma hora marcada em nome de Samantha White, pode verificar, por gentileza? 
– Claro! – Linda mudou seu tom e expressão na hora e a acompanhamos até uma mesa, onde ela começou a verificar alguma coisa no computador – Está agendada para daqui quinze minutos, pode subir até o segundo andar onde fica a sala de espera, tudo o que tem lá é cortesia... aproveitem. 
– Iremos. – Beck disse, me puxando. 

Subimos de elevador para o segundo andar e agora realmente parecia que eu estava em um sonho de princesa. Champanhe, água com gás, drinks e tantos aperitivos que eu era incapaz de identificar cada um. O padrão dali era alto e eu realmente fiquei surpreendida ao saber que meu pai podia pagar por algo daqui. Quando dei por mim, Beck já estava comendo algumas coisas e a cada uma revirava os olhos, isso me fez rir um pouco. 
– Se controle, mulher. 
– Se quiser que eu venha aqui com você mil vezes, as mil vezes eu vou aceitar. Poderia marcar hora só pra vir comer essas delicias. – Ela disse de boca cheia, me fazendo rir. 
– Tenha modos, Rebeca. 
– Ok. – Ela mal conseguia falar de tanto que sua boca estava cheia. 

Esperamos muito mais que quinze minutos ali naquela sala dos sonhos enquanto nos acabávamos de comer, beber e conversar e esse momento foi bom pra eu saber que por mais que estivéssemos brigadas era difícil as coisas não fluírem naturalmente entre a gente. 
– Isso aqui tá dos deuses. – Eu disse, finalmente me rendendo a todos aqueles quitutes. 
– Senhorita White. – Uma voz familiar disse e eu me virei rapidamente, era Linda. – Chegou sua vez de ser atendida, peço desculpas pela demora, é que realmente hoje está uma correria aqui. 
– Entendo. – Eu disse, tentando parecer que eu tinha classe, mas era impossível já que eu segurava dois aperitivos em cada mão. 
– Me acompanhe por gentileza. 

Beck fez uma careta quando Linda se virou e largou sua taça com champanhe na mesa. A seguimos até o elevador e ela apertou para o quinto andar. Eu me sentia em um palácio. Fomos todas em silêncio enquanto eu mastigava com pressa os aperitivos que eu já tinha pego e não tinha dado para devolver nas bandejas e Beck me olhava com inveja, mas não ofereci nenhum a ela, eu só queria mesmo era aproveitar aquelas delicias antes que meu sonho virasse um pesadelo. 
– Chegamos. – Linda disse assim que a porta se abriu. Eu e Beck saímos do elevador sozinhas. 

Esse andar era ainda mais luxuoso. Vestidos dignos de princesas da Disney, de cantoras pop e também de modelos da Victoria's Secrets estavam espalhados por manequins em qualquer lugar que olhássemos. A cada lugar em que meu olho parava eu me sentia ainda mais anestesiada. 
– Caramba, Sam. Seu pai foi um tremendo filho da puta porque ele realmente caprichou... – Beck disse e eu a encarei séria, mas sem tempo de responder. 
– Olá, belas garotas. 

Nós olhamos surpresas pois a pessoa por quem eu esperava era totalmente diferente da pessoa que havia chego. Esperava um estilista todo alinhado, educado e com um cabelo lindo e sedoso. Recebi um hippie com uma calça super larga e com calvície. 
– Olá, creio eu que é o senhor Hoppe. 
– Me chame só de Hoppe, querida. Quando soube que um dos White me visitaria novamente não pensei nem duas vezes pra abrir exceção! – ele parecia extremamente alegre, talvez estivesse até chapado. 
– Meu pai vem muito aqui? – perguntei assim que detectei a oportunidade. 
– Ah sim! Seu pai é um homem maravilhoso, já me pediu para fazer vários modelos. – Ele disse, indo até um vestido e observando – E o que mais me encanta é que ele não é um homem que tem pressa. Já faz meses que ele veio e ainda não veio buscar nenhum dos vestidos. 
– Então ele não retirou nenhum? – eu estava com uma enorme dúvida. Se meu pai não retirou nenhum vestido desde que veio, porque então Amy tem um vestido dele que supostamente meu pai quem deu? 
– Não! Foram dois vestidos, mas infelizmente não posso mostrá-los a você, são modelos exclusivos e ele não me autorizou a mostrar para ninguém. 
– Ele já veio aqui com outra pessoa? Uma mulher loira? – ele me olhou de cima a baixo e depois andou até outro modelo de vestido. 
– Sim, da última vez ele trouxe uma. Ela quem escolheu os croquis para serem costurados. Mas enfim, pra qual ocasião você quer o vestido, criança? 
– É... – Pensei em fazer mais alguma pergunta, mas estava me sentindo tão pra baixo que nem tive mais coragem – O baile de primavera. 
– Amo essas ocasiões! Tem algo em mente? Gostou de algum modelo daqui? 
– Na verdade gostei de todos! Mas queria uma coisa bem legal, é meu penúltimo baile antes de ir pra faculdade. 
– Então tem que ser menos bonito que o último. – Ele disse, não especificamente pra mim, mas pra ele mesmo. – Já sei. 

Ele me puxou pelo braço e olhei para Beck que estava sentada mexendo no celular, sem dar a mínima, se eu soubesse, teria vindo mesmo é sozinha. Subimos as escadas que estava escondida no meio de tantos e tantos manequins e chegamos ao segundo andar daquela sala. Os modelos ali eram menos extravagantes e eu não posso negar que havia gostado mais dali. Ele andava cantarolando em meio aos vestidos, alisando cada um, até que parou em um vermelho. 
– Gostou desse, querida? – Ele disse, apontando para um modelo vermelho, era justo, mas a barra era estilo sereia e acompanhava um pequeno cinto preto na cintura que dava uma grande mudança na peça. 
– Eu... eu amei. – Respondi. 
– Ele foi feito especialmente pra você. Sempre digo isso quando vejo que a cliente ficou com a carinha feliz assim.  
– Muito obrigada! 
– Vou mandar alguém vir buscá-lo e embrulhá-lo, sua amiga vai querer algo também? 
– Eu acho que... – pensei bem, mesmo que Beck não tivesse me ajudado como esperei, ela veio até aqui e eu devia algo a ela, acho que ela iria gostar de um vestido pro baile. – Tenho certeza que sim. – Sorri. 
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Antes de descer, eu provei o vestido e ele marcou os ajustes que teriam que ser feitos. Logo depois, descemos novamente e Beck se encontrava exatamente do mesmo jeito. Hoppe fez uma ligação para subirem e prepararem os vestidos. 
– Sua vez, criança. – Ele disse e Beck parou de mexer no celular e nos olhou. 
– Ah não! Eu não vou. 
– Claro que vai, é um presente, você precisa estar linda pra esse baile e sabe que vai estar, mas com o vestido certo. 

Beck deu sorriso de lado e Hoppe logo a puxou pelo braço e saíram conversando sobre os modelos daquele andar. Peguei meu celular e me sentei no mesmo sofá em que Beck estava, era lindo, mas também era muito desconfortável. Tentei me arrumar ali de todas as formas, mas não consegui, então resolvi andar pelo meio dos vestidos enquanto mandava uma mensagem para Niall. 
"Meu pai não retirou nenhum dos modelos que ele encomendou aqui. Mas parece que sua mãe o acompanhou nas visitinhas." 

Assim que a mensagem foi enviada, guardei o celular no bolso e recomecei a reparar em cada detalhe de todos aqueles modelos, até que um armário as escondidas no canto da sala me chamou a atenção. Fui até ele e observei duas gavetas enormes, uma com a etiqueta "entregues" e outra como "pendências". Achei estranho aquilo estar ali em meio a tantos outros andares, inclusive algum restrito. Olhei para os lados e abri a gaveta dos entregues e eram tantos papéis que eu duvidei achar alguma coisa, mas o que facilitava era que estava tudo em ordem alfabética. Comecei pelo A em busca do nome de Amy, mas fui achar a fixa dela só no Horan, já que eles arquivavam por sobrenome. Fotografei as poucas páginas que haviam ali e meu coração gelou quando percebi alguém parar atrás de mim. 
– Já parou de bisbilhotar? 
 Era linda e eu não sabia como disfarçar. 

CONTINUA... 
PROMETO que nunca mais falo o dia que vou postar, porque ando muito louca e minha vida também. A única coisa que vou prometer é que não vou parar de escrever. Bjssss.

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