The Traitors - Capítulo oito

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Capítulo oito – A verdade dói. 
"As pessoas são assim, acreditam no que querem e se fecham pra verdade porque sabem que vai machucá-las." 


Niall P.O.V's 
Era difícil lidar com o momento. Todo o encontro estava sendo melhor do que eu imaginei. Mil vezes melhor. Nós nos enganamos com as pessoas e mesmo que elas nos mostrem só aquilo que querem que nós vejamos, eu estava adorando o que Sam me permitia ver dela. O sorriso e as frases engraçadas eram o que mais gostei nisso tudo. Uma dúvida crescente começou em meu peito, a dúvida se eu realmente deveria contar a ela o que estava acontecendo, o porquê de estarmos realmente aqui, o que com toda a certeza não era um encontro comum e muito menos amoroso. Mas do fundo do meu coração, eu queria que fosse. 
– Niall! 

– Caramba, Sam. Demorou tanto que eu achei que tinha descido pela descarga. –  brinquei. 
– Não vou negar que me perdi pra ir e pra voltar, né? Isso aqui parece um labirinto. 
– Você se acostuma depois que passa a vir frequentemente aqui. – sorri. 
– Será que podemos ir?  
– Mas já? 
– Acredite, eu queria ficar muito mais, mas meus pais ligaram e querem falar comigo e parece tão urgente que não pode ser por telefone. – ela revirava os olhos enquanto falava, então acreditei ser verdade. 
– Não posso ir antes de te falar o que estou tentando a dias. – ela me encarou. 
– Agora que me lembrei que você é o que mais faz mistério. – ela sentou, me encarando – Pode me falar, sou todo ouvidos. 
– Sabe Sam, esse encontro não foi por acaso. 
– Nem adianta me pedir em casamento que não vou aceitar. – ela brincou, rindo mas eu permaneci sério – Caramba que clima chato, fala logo o que houve. 
– Eu ensaiei de todas as formas, todos os jeitos, pensei mil coisas mas sei que agora vai sair tudo diferente de como planejei... eu só quero que saiba que eu não estou mentindo, aliás eu nunca brincaria com algo sério assim. Lembra quando eu te disse que minha mãe tinha um amante? – ela assentiu com a cabeça, estava muito atenta no que eu tinha pra falar, só esperava que no final ela não vomitasse em mim de novo – Eu acabei descobrindo que esse cara é o seu pai, Samantha. O amante da minha mãe é o seu pai. 

Pra minha surpresa, ela não teve nenhuma reação. Nenhuma reação por longos minutos, ela apenas me encarava, incrédula. Quando ela finalmente conseguiu piscar os olhos, se levantou sem dizer nada e começou a andar em direção a saída do parque, parecia que esse caminho ela se lembrava bem. A segui enquanto gritava seu nome e ela fingia não ouvir, aquilo estava me deixando irritado, será que Zayn se irritou assim comigo também?  
– Samantha, espera! – eu disse a alcançando quando vi que ela não estava indo até meu carro – Onde você pensa que vai sozinha uma hora dessas? – ela se virou pra mim com raiva, muita raiva. 
– Vou pra bem longe de você, você não sabe de nada da minha família pra me dizer uma coisa dessas. 
– Você pode não acreditar, tem todo esse direito, também não acreditei quando me contaram. 
– Quando te contaram? Quantas pessoas sabem dessa besteira que você está me falando? 
– Três... quatro com você... isso se não contarmos nossos pais que estão envolvidos. 
– PARA! Para de dizer besteira, meu pai nunca faria isso com a minha família! – ela me empurrou. 
– As coisas não deixam de acontecer só porque não queremos. As pessoas fazem aquilo que elas têm vontade. 
– E eu achava que você era um cara legal. Não vem atrás de mim, senão eu ligo pra polícia e digo que você está me perseguindo. – ela disse pegando rapidamente o celular em sua bolsa e me mostrando. 

Ela simplesmente virou as costas e saiu andando como se tivesse vindo sozinha e eu não sabia o que fazer, não podia deixar que ela saísse por essa parte da cidade sozinha como se fosse dona de si. Entrei no carro e com os faróis baixos eu a seguia a cada esquina que ela virava, pelo o que eu estava vendo, ela nem sabia pra onde estava indo. As pessoas são assim, acreditam no que querem e se fecham pra verdade porque sabem que vai machucá-las. Eu fui assim. Mas quando preferi focar na mentira porque era menos dolorosa, a verdade quando veio me estraçalhou e sussurrava no meu ouvido que seria muito melhor ter ouvido ela de primeira, mas o ser humano só ouve o que lhe convém e faz bem. Sam olhava toda hora pra trás e eu percebi que estava desconfiada, então parei o carro e esperei, até que a seguir parecesse seguro pra mim e pra ela. 

Samantha P.O.V's 
Eu estava tão brava que achava que meu cérebro entraria em um colapso a qualquer hora e que eu teria um infarto ao mesmo tempo. Como uma pessoa que acabei de conhecer tem coragem de falar todas essas coisas como se fossem nada. Niall estava errado, afinal ele não sabia nada da minha família. Ele não sabia como meu pai era maravilhoso em casa e fora dela, não sabia o quanto ele era um bom pai e o melhor marido. Ele não sabia de nada da minha vida e eu também não queria mais que ele soubesse. Eu chorava de raiva, meu celular apitava com seu 1% de bateria e eu me sentia mais impotente e o medo de andar por aquelas ruas escuras me faziam sentir exposta pra qualquer louco que quisesse colocar as mãos em mim, como se não bastasse um carro me seguia como se eu fosse cega e tonta, até apostaria que era Niall. A cada esquina que eu virava ficava com mais medo, eu nem sabia onde estava e meu celular não estava me ajudando nenhum pouco, não podia nem tocar nele se não ele desligaria e isso me deixava ainda mais puta com a vida, ela não estava sendo nenhum pouco generosa comigo. 
– Psiu!  
Meu coração parou de bater por um momento e quando voltou pareceu que ia rasgar meu peito. Minhas mãos começavam a tremer e eu sentia que perderia o controle a qualquer momento. Aquele "psiu" definitivamente tinha vindo de algum homem pervertido e isso não era nada bom. Apertei os passos e ouvia ele andando atrás de mim, eu nunca desejei que Niall estivesse atrás de mim como agora, é claro que eu estava blefando quando disse que chamaria a polícia. Meu pai poderia ser rico, mas eu mal tinha créditos no celular. Parei por um momento apenas pra tirar meus sapatos que estavam me incomodando e me impediam de andar mais rápido, mas isso foi uma tremenda burrice. Olhei pra trás antes de recomeçar a andar e percebi que não havia só um homem atrás de mim e sim três. Todos com roupas largadas o que me fez acreditar que seriam traficantes ou apenas alguns adolescentes a procura de confusão a noite em um bairro deserto como aquele. Perfeito. 
– Ei, não foge da gente não. – a voz estava ainda mais perto. 
– Não vamos fazer nada que você não goste. – os três riram. 

Acho que o maior medo de uma mulher não é quando seu batom preferido acaba e sim de ser seguida por algum pervertido a noite, quem dirá mais de um. Agora sim eu estava à beira de um infarto. Comecei a rezar baixinho, mas soltei um grito quando uma mão agarrou meu braço. 
– Porque tá fugindo da gente? – um deles perguntou, enquanto um outro segurava meu braço e me encarava. 
– Já dissemos que não vamos fazer nada que você não goste. – um outro sussurrou no meu ouvido. Nenhuma maldita casa naquele fim de mundo pra ter alguém pra me socorrer, eu realmente já sentia que ali seria meu fim. Já via até a luz, mas percebi que era o farol de um carro quando o motor soltou um ronco tão alto que fez aqueles meninos me soltarem na hora e sair correndo. Eu caí no chão, minhas pernas estavam bambas e eu só conseguia chorar. Minha vista embaçada por todas aquelas lágrimas me fez ver que quem me salvou, saiu do carro e veio em minha direção. Parecia que tinha até asas. 
– Você está bem? – reconheci a voz na hora e milagrosamente eu parei de chorar e me acalmei por não ser mais alguém que queria me fazer mal... quero dizer, não a mim, mas a toda a minha família. 
– Eu disse pra não me seguir, não disse? – reclamei e voltei a chorar – Isso foi horrível. Que bom que está aqui...  
Niall me pegou no colo e me levou até o seu carro, me colocou no banco do passageiro e deu a volta tão rápido pra entrar pela porta do motorista que me surpreendeu. 
– Você está bem? – ele perguntou novamente. 
– Acho que sim, eles não levaram nada e acredito que nem queriam. – eu dizia e limpava as lágrimas ao mesmo tempo – Obrigada por ter vindo atrás de mim. 
– Por nada nesse mundo eu iria te deixar ir embora sozinha e andando.  – ele me olhou brevemente. 
– Por quê? Porque me disse isso... sobre os nossos pais? 
– É a verdade Sam, mas eu já esperava que não acreditasse em mim. 
– Então porque me falou? 
– Porque não quero que seja enganada igual eu fui. Nunca na vida eu iria inventar algo assim envolvendo a minha família e a de outra pessoa. 
– Eu não acredito em você. Não consigo acreditar que meu pai faria isso... ele ama a minha mãe e nunca deu sinal de que a trairia. Isso é tão confuso.  
 Se eu puder, vou achar alguma forma de te provar que o que estou dizendo é verdade.  

Me calei pelo resto do caminho até Niall estacionar em frente à minha casa. Eu não saí do carro, estava paralisada enquanto Niall me encarava com a maior cara de dúvida do mundo. Eu estava com medo. Medo de tudo ser verdade e medo de sair do carro e mais alguém me atacar. Suspirei por longos segundos e o encarei. 
 Prove. 
Sai do carro antes que Niall respondesse. Aliás eu nem esperava que ele me respondesse já que eu estava duvidando dele, mas a julgar pelo jeito que estava me tratando aquilo tudo era verdade. Mas não poderia ser, porque meu pai nunca faria isso conosco, ele nem tinha olhos pra outra mulher que não fosse a minha mãe, então ouvir tudo aquilo foi muito ruim pra mim. Entrei em casa e meus pais estavam sentados no sofá conversando seriamente e pararam logo que me viram entrar. Fechei a porta e me dirigi até eles. 
 Queriam falar comigo?  disse jogando a bolsa no chão e me sentando de frente pra eles. 
 A senhora Fields me ligou hoje e disse que você se envolveu em uma briga no colégio hoje.  minha mãe disse e estava obviamente decepcionada. 
 Eu não me envolvi em briga nenhuma, eu só quis separar Beck e uma outra menina que estava a irritando a dias. 
 Eu não quero saber em que tipo de briga sua amiga está se envolvendo, eu só não quero mais saber de você se envolvendo em confusões fora de casa. Isso não é bom pra ninguém, Samantha. - meu pai disse se levantando.  
 Isso é muito sério filha, não pode mais acontecer. 
 Não vai mais acontecer, eu prometo.  disse olhando fixamente pra eles. 
 Obrigada, está dispensada.  minha mãe disse sorrindo fraco. 

Peguei minha bolsa no chão e subi as escadas chorando baixinho pra que eles não escutassem. Minha cara deveria estar ótima já que não perguntaram o que tinha acontecido pra eu estar com cara e olhos de quem tinha chorado. Eu nunca falaria o que havia acontecido pra eles, já que corria um risco enorme da mãe de Niall perder um lugar na empresa, já que sabia que meu pai era super protetor e não iria admitir que esses boatos fossem adiante. Fechei a porta do quarto assim que entrei e então corri pra colocar meu celular pra carregar, coloquei meu pijama e voltei a ele. Quase cinquenta mensagens de Beck, oficialmente eu a considerava louca. Li todas e automaticamente parei de chorar, ela era boa nisso e nem sabia que eu estava chorando. 
"O encontre foi um desastre. E adivinha só quem quase ficou de castigo por conta da língua solta da senhora Fields? Achei que ela não falaria nada... amanhã te conto tudo, bjs. - Sam" 

No dia seguinte eu sentia que um caminhão seguido de um ônibus havia me atropelado umas dez vezes seguidas, meu corpo doía de uma forma absurda e eu sabia que era resultado da noite mal dormida. Quase a madrugada inteira tinha sonhado que meu pai se pegava com uma loira e quando eles percebiam minha presença me encaravam, mas ambos não tinham rostos. Foi horrível. 
 Não estou acreditando que você beijou um garoto e agora nem olha mais na cara dele. O que aconteceu de tão grave pra isso acontecer?  Era almoço e Beck estava entusiasmada a manhã toda o que me fazia querer dar um soco na cara dela. 
 Só criei expectativa demais.  respondi desanimada mexendo na salada que estava no prato. 
 O que ele te disse pra você ter ficado tão mal? 
 Nada, não disse nada, ok? Como eu disse, só achei que ele era uma pessoa diferente. 
 Amiga, você está muito mal, nem se maquiou hoje. 
 Dormi mal e não estava afim... você é muito chata. 
 Credo, só queria te dar um ânimo.   ela disse e pareceu chateada. 
 Não estou muito afim, tá. Desculpa... eu já vou indo me adiantando pra aula, preciso pegar alguns livros, nos vemos na sala.  

Levantei e Beck ficou me encarando enquanto mastigava devagar a quantidade enorme de comida que tinha em sua boca. Segui rápido até meu armário e guardei alguns livros e fui colocando outros dentro da mochila. 
 Oi. –  ele disse assim que fechei a porta do armário.  
 Oi, Niall.  disse desanimada, não sabia o que ele queria, mas ter vindo até aqui pra me falar deveria der algo importante, talvez me pediria desculpas por ser um grande mentiroso. 
 Me desculpe por ontem, mas fiquei pensando em algo que te provasse que eu não estou mentindo... e pensei. A prova é a Beck sua amiga ou até Zayn. Pergunte a qualquer um dos dois e se eles negarem eu serei um completo mentiroso, agora se não... me procure. Precisamos correr se quisermos desmascarar os traidores. Pergunte a eles, Samantha. É o que te peço.  
Everything Has Changed ( Niall Horan Fanfic ) - Capitulo 3 ...

Continua... 

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